O que faz um aspecto ou posição planetária ser difícil dentro de um mapa astral? Tudo vai depender do contexto desse mapa astral. Nenhum posicionamento pode ser interpretado “fora do contexto”, a menos que seja uma aula inicial para dar uma ideia de como a Astrologia funciona.
Em teoria (e na prática), o que a Astrologia antiga considerava um “mau aspecto” era o fato de que a “natureza” de um determinado astro (planeta ou luminares) não se harmonizava com a natureza de um determinado signo. E obviamente, os aspectos enviados por planetas que poderiam desestabilizar, frustrar ou bloquear a expressão daquela energia, ainda que ela fosse harmoniosa. Exemplo:
Ainda que Vênus em Touro seja excelente aspecto, se receber uma quadratura de Júpiter, estará prejudicada na expressão das suas qualidades. No dia a dia, vemos que mesmo trinos de Plutão, Urano e Netuno são complicados, pois o fato de um aspecto parecer fluir de modo mais fácil, a energia do planeta é de ruptura, ou traz algum tipo de desconforto.
Netuno trino Vênus pode gerar um grau tão alto de idealismo e romantismo, que não existe muito sucesso nas conquistas do mundo material. Eu escrevi PODE, pois dependendo do mapa, esse posicionamento também abre canais para inspirações e uma pitada de sorte.
Marte em Câncer não é considerado bom posicionamento porque a agressividade do planeta não combina com a docilidade do signo. Assim, também a Lua em Áries ou Sagitário, não são consideradas boas posições, o que é desmentido pela prática.
A pior das posições lunares seria em Capricórnio, mas poucas vezes eu constatei que o problema fosse essa posição tão prática e realizadora, sobretudo, dentro de contextos de mapas que precisavam de mais consistência. Para o homem de agora, é um posicionamento que mais ajuda do que atrapalha.
É preciso tomar muito cuidado com o que se lê na Astrologia antiga. É preciso rever, revisitar e mesmo, reescrever. É impossível que uma leitura feita para o homem antigo possa servir ao homem do Terceiro Milênio.
Livros antigos são reescritos, pois seria impossível compreendê-los. Comprei há pouco tempo “A morte do rei Arthur”, reescrito por um autor moderno sobre a obra de Thomas Mallory, do século XV. Como diz o autor no seu prefácio, seria impossível compreender e saborear a lenda do rei Arthur sem uma transcrição para a língua moderna, bem distante daquela usada pelos cavalheiros do século XV.
Com a Astrologia é preciso fazer o mesmo. Se a casa 12 representava os manicômios, prisões e dilaceramentos da alma, hoje ela é o spa para emagrecer, o retiro espiritual, a meditação, o processo terapêutico ou criativo.
Alguns posicionamentos que podem ser considerados realmente desafiadores, serão a salvação num mapa que precisa daquele tipo de energia para equilibrar todo o contexto. Não somos a unha do dedo mindinho da mão direita. Somos outra coisa bem diferente!
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