Normalmente Urano precisa que exista movimento, rua, encontros, pessoas, para se apresentar com todas as cores. Urano, como oitava superior de Mercúrio-Hermes, lembra que no oráculo do deus grego, depois de cochichar para a estátuta de Hermes qual era a sua questão, o devoto deveria tapar as orelhas e correr para a rua. Destapando as orelhas, deveria prestar atenção ao primeiro “rabo de conversa” dos passantes. Tais palavras conteriam a sábia orientação do deus das encruzilhadas.
Mas já vi Urano transitando pela casa 3 ou pela casa 6 (cotidiano) trazer surpresas mesmo “dentro de casa”. Um cliente que estava desempregado há algum tempo, se deprimiu e ficou meses sem colocar o nariz para fora de casa. Um amigo lhe cedeu a casa de praia e insistiu que ele aceitasse para sair daquela energia “deprê”. Quando meu cliente estava dentro do carro, saindo da garagem do prédio rumo à praia, percebeu que havia esquecido os óculos escuros. Voltando ao apartamento, atendeu o telefone que tocava e fechou o maior contrato da sua história profissional, numa época em que os celulares não existiam e seria impossível descobri-lo nas areias do litoral norte de São Paulo.
Mas é preciso ter cautela ou tentar exercitar a tal sabedoria que não confunde intuição, sincronicidade e a mera sugestão do amigo ou parente. Já recebi pessoas que indo se inscrever no vestibular ou num concurso público, acabam mudando de idéia “na hora”, por terem trocado algumas palavras com amigos que fariam escolhas diferentes das suas. Pode dar muito certo ou ser um grande erro. Vai depender da situação: Urano pode funcionar como a vara de condão ou o abre-te sésamo, indicando o caminho correto mas também pode ser influência de Netuno trazendo ilusão e deixando a vida escorrer pelos dedos como água.
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