A Astrologia pode ser definida com o estudo dos ciclos. Alexander Ruperti tem um bom livro sobre o assunto. Já li em algum manual antigo que a Astrologia seria regida por Saturno, na medida em que se baseia no fator tempo e marca os nossos limites. Acredito que a Astrologia seja regida por Urano, vivendo na Era de Aquário uma fase de renascimento, encontrando de novo um espaço na vida cotidiana dos homens.
As “previsões” astrológicas são feitas a partir do mapa de nascimento, já que qualquer tipo de orientação correta deve obedecer a esse padrão de mapa. Só podemos “prever” que alguém possa sair do seu país natal e criar raízes em outro país, se existirem configurações favoráveis para tal experiência.
Trânsitos e progressões são as técnicas mais populares e de maior eficiência. São também as técnicas usadas para fazer o chamado “acerto de hora”, quando o astrólogo, através de datas importantes da vida do seu cliente, consegue descobrir o horário do seu nascimento ou tenta “acertar” esse horário de modo mais preciso.
A Revolução Solar que se baseia no retorno do Sol sobre o Sol do nascimento, tornou-se muito conhecida e os leigos acreditam que seja o mapa principal de previsões. É um erro basear-se apenas na Revolução Solar, esquecendo da força dos trânsitos e das progressões. Os astrólogos que limitam o estudo das influências de um determinado ano ao mapa da Revolução Solar podem errar muito.
Outro erro é usar a latitude e a longitude do lugar em que se passou o aniversário para calcular o mapa da Revolução. Só calculo pelo lugar em que passou o aniversário, se meu cliente estiver morando nesse lugar pelos próximos doze meses, o que justificaria um ciclo a partir da virada do aniversário ou mesmo antes disto. Conheço pessoas que, sob a orientação de outros astrólogos, se endividaram para viajar e passar o aniversário em algum país distante, acreditando que desta forma poderiam bloquear influências negativas ou se libertar de alguma questão pendente do passado.
A Astrologia se baseia numa equação tempo e espaço mas só faz sentido usar latitude e longitude de um determinado local se existir uma continuidade nas experiências nesse mesmo local. Caso contrário, o padrão de nascimento ou o padrão da cidade na qual aquela pessoa mora e constrói sua história de vida, continua sendo a prioridade.
Há pouco tempo alguém me perguntou porque é que os astrólogos não conseguiam evitar suas próprias crises, evitar as doenças, erros, perdas e frustrações. A função da Astrologia não é ajudar a “fugir da vida” e das confrontações com o que pode ser sombrio ou difícil. Os desafios estão aí o tempo todo.
A função dos mapas de previsão é poder entender o que o momento está sugerindo, exigindo ou oferecendo como oportunidade de mudança. Será que é hora de mudar de casa, juntar dinheiro, investir nos estudos? Será que é hora de casar ou descasar?
Estamos o tempo todo fechando e abrindo ciclos, experimentando possibilidades diferentes e crescendo. A Astrologia ajuda a dar significado às experiências.
Vi muitas pessoas atravessarem fases bem complicadas e dolorosas; conseguiram sobreviver e se transformar de modo positivo porque compreenderam desde o primeiro minuto que tais experiências tinham um significado.
A vida estava falando através das perdas e frustrações, apontando novos caminhos e exigindo transformações profundas. Elas enfrentaram as crises de peito aberto, tentando dar o melhor de si naquele momento e ganharam a si mesmas, renovadas, conscientes da necessidade de se tornar sempre melhor.