Era de Aquário – o novo homem conectado – o poder descentralizado e distribuído das redes sociais digitais

Posted on 24 de fevereiro de 2016 by Andreia Modesto

O “homem conectado” sai da posição de dominante em relação a natureza, para uma posição equilibrada, conectado aos mares, geleiras, florestas, animais em terra, ar ou água, conectado a outros planetas, participando desse “todo vivo” ao seu redor. Acaba o pensamento ocidental dos séculos passados de “desconexão”, pois somos todos e tudo interdependentes.

O homem não é mais o centro do Universo, não se distancia da natureza, pois é através da tecnologia que pode reconhecer e acompanhar a existência de todas as outras inteligências, diferentes da inteligência humana, mas também inteligências, como a inteligência da própria Terra, Gaia, reconhecida como um organismo vivo.

O que algumas sociedades antigas percebiam intuitivamente, por uma sabedoria natural de pertencimento à natureza e ao universo, o homem ocidental percebe através dos chips/sensores. E recupera o seu papel de “participante” e não de dominante.

Na Era de Aquário, existe o enfraquecimento do “Estado”, não existe espaço para governos centralizadores e totalitários. Mudando a fonte energética e o modo de produzir e distribuir conhecimento, transformam-se todas as relações.

Acaba a era do petróleo, energia cara, obtida por poucos países, centralizando poder e dinheiro na mão de um número pequeno de pessoas que controla e domina. Na Era de Aquário não existe espaço para controle ou dominação. É outro modelo de viver.

Cada casa pode produzir sua própria energia (solar). E pode produzir o seu próprio conhecimento, distribuindo através das redes sociais. Publica seu pensamento, seu modo de ver a vida. Recebe também o conhecimento e as informações das outras pessoas. Acaba o monopólio das grandes empresas de informação. Todos participam.

É a cultura colaborativa. Você se conhece e se reconhece na relação com os outros, e é fundamental distribuir informações que possam ser utilizadas por todos.

Não existe separação entre o homem e o meio-ambiente. Na verdade, essa separação nunca existiu. Não existe mais o sujeito e o objeto distanciado. O homem não é mero observador. Ele está conectado ao ambiente pela própria respiração e sempre foi assim, pois sem oxigênio, não sobrevive.

Como não sobrevive sem o desenvolvimento de tecnologias. Mamífero que como outros, necessita do apoio da mãe para conseguir sobreviver, necessita mais do que isso. Necessita também das ferramentas, das primeiras tecnologias, da pá como extensão do seu braço, da lança, como extensão do seu braço, para cavar, criar agricultura, sedentarizar, civilizar ou simplesmente caçar e se proteger de outros animais.

“Participação conectada” – delete a ideia de que você só participa do que ocorre no seu país através do voto, dando o seu depoimento obrigatório na data prevista da eleição, voto silencioso na urna eletrônica.

A Internet conectando tudo e todos que existem, permite uma participação imediata, as redes possuem vida própria e se manifestam a favor ou contra, nos posts, nas ruas.

O Estado autoritário visa a “permanência” do seu poder controlador. O verdadeiro Estado democrático deve buscar a constante mudança, o dinamismo que corresponde ao dinamismo da comunicação. A Internet permite a “livre-circulação” das ideais, opiniões, serviços e produtos. A relação é livre e a relação é de confiança. É a rede que faz a escolha.

A migração do Orkut para o Facebook aconteceu porque todos consideraram que era uma ferramenta melhor para a comunicação e não porque foi uma ordem “de cima para baixo”. As pessoas não precisam ler os contratos da Internet porque a relação é sempre de confiança.

A “rede digital” tem a sua própria inteligência. E faz suas migrações, seus movimentos, tem o seu dinamismo e pode gerar mudanças ecológicas e sociais por ela própria, independente do “momento das urnas”.

A “rede social digital” é um espaço novo, um espaço em que todos se conectam e é um espaço maior do que o espaço da família, bairro, escola. Estamos conectados a biosfera, uma ecologia que é muito maior do que nosso passeio por uma floresta. É um “espaço comum” que é maior do que o espaço apenas do próprio país.

A responsabilidade de cada um por esse “espaço comum” que é um espaço muito maior e que deixaremos para nossos filhos. Selecionamos o lixo reciclável, reaproveitamos riquezas, preservamos o ambiente, evitamos usar produtos que possam poluir o ar que todos respiramos ou sujar a água que todos bebemos.

Então, o valor de “propriedade” também se transforma, pois cuidar dessa biosfera que “pertence a todos”, é cuidar do legado que deixaremos para as próximas gerações, filhos e netos. É um conhecimento e um comportamento que não se preocupa apenas com o bem-estar imediato, mas que visa o futuro (Aquário).

*com base em palavras de Massimo de Felice, palestra no YouTube