Mapa Astral, Dharma, Destino e o seu lugar no mundo material

Posted on 24 de fevereiro de 2016 by Andreia Modesto

O Bhagavad-Gita está cheio de citações que nos fazem refletir sobre o nosso lugar e tempo no mundo. Se o herói da história se acovarda diante da missão que deve cumprir, rapidamente Krishna lembra ao guerreiro Arjuna que o próprio Krishna e toda a Índia esperam que Arjuna faça o que precisa/deve fazer.

O estudo astrológico também nos ajuda a definir o nosso “papel” no mundo, em termos de tempo e espaço. O mapa astral é uma equação de tempo-espaço: algo que acontece numa determinada latitude-longitude e num determinado momento, ou a partir de um determinado momento.

Um reloginho que começa a bater, uma semente que começa a brotar, com características próprias, diferente de outras sementes em vários pontos, e absolutamente igual a todas as outras em muitos outros pontos.

O que interessa nessa postagem é o personagem dessa vida, com marcação no chão do teatro, com a roupagem apropriada, com a iluminação que o favorece ou desfavorece, obrigado a se confrontar com outros personagens que também tentam encontrar a marcação no chão do teatro e encenar a peça da melhor maneira (ou não).

A maior parte das pessoas tem necessidade de ouvir algo a respeito do seu destino, da sua trajetória, da sua direção de vida. Os mais intuitivos, ou privilegiados, sabem que sonhos noturnos de infância estão diretamente ligados a esse caminho que vai se percorrendo ao longo da existência, pois percebe, sobretudo depois dos 40 anos, que muitos deles, enigmáticos na infância, começam a fazer todo o sentido e se revelam óbvios a partir dos 50 ou 60 anos.

Há pouco tempo ouvi uma expressão: “A História nos atropela”. Verdade absoluta. A vida, os deuses, a vontade maior dessa inteligência que não nomeamos. E a História vai se fazendo, em harmonia com o desenvolvimento da nossa visão individual, da nossa consciência e da nossa participação social.

Somos sempre um depoimento. No modo como nos vestimos, falamos, escrevemos, os produtos que usamos ou não usamos, o que postamos na Internet, o que assistimos na televisão, o que comentamos ou evitamos comentar e como fazemos tudo isso.

Algumas pessoas se sentem “fora do seu tempo”, porque estão muitos anos à frente, ou porque gostariam que o tempo voltasse atrás. Existe um desconforto diante do que a vida impõe.

Aquelas que se sentem “um pouco mais à frente”, podem se perceber excluídas de alguns grupos, mas sabem que de vez em quando um vento forte as ajuda a se colocar com mais espaço e conseguem atingir algumas outras. Essas outras, começam a imitá-la. E então, o sujeito “esquisito” vê que sua vida ganha um nível maior de realização.

Nos tempos que vivemos, o “futuro se faz aqui e agora”, se materializa rapidamente. Foi anunciado às 9 da matina e às 14 horas já ficou obsoleto e substituído por outro futuro mais fresquinho.

Aquelas que ficam com o pescoço torcido para trás, vão continuar esperneando e talvez possam fundar um clube de lamentações, ou, utilizar os ganhos da ciência de agora e tentar viajar em alguma máquina do tempo.

O mapa astral é um bom instrumento para encontrar o seu espaço no mundo, aqui e agora. E ainda, projetar-se um pouco mais adiante. Com as pressões familiares constantes e tantas exigências das publicidades e opiniões “dos outros”, é fácil perder o rumo.

Existem muitas outras formas de autoconhecimento totalmente válidas, mas a Astrologia é uma das mais eficazes e um dos grandes símbolos da Era de Aquário, com a possibilidade de muitas pessoas saberem bastante sobre o próprio mapa astral, pelo conhecimento distribuído generosamente nas páginas da Internet.

“Mais vale cumprir o próprio dharma, ainda que de forma imperfeita, do que cumprir de maneira perfeita o dever de outrem. É melhor sucumbir desempenhando seu próprio dever. É perigoso cumprir deveres alheios”. GITA