Mercúrio em Escorpião, Vênus e Marte no mapa astral, Eros, Signos e Amor, Signos e Desejo

Posted on 31 de outubro de 2015 by Andreia Modesto

Na semana que se abre no dia 02/11, Mercúrio entra no signo de Escorpião. Com Plutão trino Júpiter e quadratura Urano, espero que não exista nenhum negativismo em relação ao futuro. Crises fazem parte e numa postagem à frente vou falar sobre a crise política brasileira. Mercúrio em Escorpião, símbolo de inteligência e capacidade de questionamento, pode gerar ceticismo em alguns casos. Não é uma regra. Gandhi tinha Mercúrio em Escorpião e seu pensamento (Mercúrio) gerou transformações (Escorpião) para seu país.

Por enquanto, toco na crise do desejo. Escorpião, como signo do proibido e por isso, da tentação. Tudo é mais saboroso e desejável se for proibido. Normalmente temos atração por aquilo que trará riscos, que nos fará palpitar mais forte. E se na vida pessoal temos uma postura acomodada, vamos virar madrugadas vendo filmes de suspense, ação ou terror.

Nunca o ser humano pôde usufruir tanto de uma sexualidade livre e feliz. Se antes era repressão e vergonha, hoje é a palavra de ordem: deseje e seja sempre desejável. Enquanto os animais fazem sexo para procriar, de modo instintivo, os humanos têm um ingrediente a mais no jogo de sedução: a imaginação. Para aqueles que acreditam que o ponto G seja um ponto físico, é bom lembrar que nenhum manual vai ensinar a desejar. O desejo acontece. Pela distância, pela saudade, pelo fascínio, pela curiosidade de se saber um pouco mais sobre aquela pessoa, pelos olhares, pelo timbre da voz, pela descoberta de interesses e experiências em comum ou tão diferentes.

O que mata o desejo é a saturação de relacionamentos que não permitem que o outro se afaste um minuto. O outro precisa ser possuído e devorado, casais que não admitem que o outro tenha reservas, segredos ou algum espaço para ele próprio. Sem privacidade, sem desejo.

Escorpião é o signo do sexo, da transcendência, da magia, do oculto, do proibido, da atração, do desejo. Não se possui o outro por inteiro. E se nas relações mais duradouras existe companheirismo e presença, é preciso existir também alguma ausência e bastante saudade para que a relação continue viva. Que os dois possam ter momentos em que surpreendem, trazem algo imprevisto, novo e diferente. E a relação acende como no primeiro encontro.

Eros é um asteroide que tenho incorporado nas leituras sobre sinastrias e afetividade. Assim como Juno, Lua, Vênus e Marte, é mais um símbolo das necessidades amorosas e diretamente relacionado com desejo e atração. Como qualquer posicionamento astrológico, é interpretado no signo, na casa, no elemento e nos aspectos formados com outros asteróides, com o nodo, cúspides ou planetas.

Na Mitologia, Eros é um deus primordial, filho do Caos, responsável pela ligação de tudo o que compõe o Universo, deus do desejo e da atração, responsável pela coesão e manutenção do Universo. Ou é um dos filhos de Afrodite, representado como um belo jovem, ou como criança travessa que se diverte atirando flechas de atração e repulsa, despertando paixões avassaladoras, criando histórias românticas. Em Platão, Eros aparece como um mensageiro entre deuses e homens, filho de Penia (pobreza), inquieto, insatisfeito, sempre em busca de objetivos novos, uma força que inspira o desejo e a atração entre todos.

A imagem mais conhecida de Eros é mesmo a do menino travesso. Irresponsável, irracional, sedutor. Eros faz com que os opostos se atraiam e possam se fundir. Como deus primitivo na versão de Hesíodo, a força que une todas as outras forças do Universo, buscando o retorno a Unidade. Como filho de Afrodite, fazendo com que os homens procriem e fazendo com que as pessoas se entreguem umas às outras, não visando apenas o encontro sexual, mas a transformação mais profunda das almas.

Dentro do mapa astral, a possibilidade de compreender melhor os anseios amorosos de cada um de nós. Eros conjunto a Marte pode ter uma conotação mais sexual. Eros em Peixes em conjunção com Mercúrio pode exigir um parceiro com o qual se tenha primeiro uma afinidade de almas. Eros em Capricórnio na casa 12 pode gerar um receio de se expor e se machucar na relação. Com Eros em Câncer ou conjunto a Lua, desejo e proteção, sentimentos tão distintos, podem se relacionar e gerar relações duradouras. Eros em Áries, eterno conquistador, Eros conjunto a Netuno, relações platônicas.

Eros estaria mais relacionado, em teoria, com o poder sexual de desejar e ser desejado. Mas é preciso observar cada estudo e nesses momentos, não há nada melhor do que estudar mapas de pessoas conhecidas. Isso nos leva a descobrir que muitas figuras que foram transformadas em símbolos sexuais, tinham ou têm Eros em posições bem fracas. É possível que a construção dessa imagem sexualizada seja somente uma construção, uma “persona”, uma imagem falsa.

Quanto mais se pratica, mais se derruba mitos e mais liberdade se ganha para questionar e propor novas traduções. Nada “intuitivo”, tudo com base na experiência direta com cada mapa e pessoa. A leitura correta de um mapa astral, seja para averiguar finanças, vocação, espiritualidade, expansão ou capacidade de amar e se relacionar, passa sempre por uma visão total do mapa. Não será uma determinada posição planetária que vai definir. É preciso ver o todo, linkar, fazer uma síntese, conseguir uma visão que é maior do que a soma das partes, que se traduz no fenômeno que é aquela pessoa e sua proposta de vida.

Conheço alguns astrólogos que acreditam que a sexualidade possa ser compreendida em função dos aspectos, casas e elementos de Vênus e Marte. Ou seja, a relação Vênus-Marte mostra a sexualidade e não apenas a análise de um dos planetas. Concordo em parte. Porque uma Lua “quente” em aspecto com Marte ocupando “casas quentes”, que seriam, por exemplo, a casa 2, 5 ou 8, pode ser mais vigorosa sexualmente do que Vênus e Marte conjuntos em Aquário que é um signo cerebral.

Hitler tinha Vênus e Marte conjuntos em Touro, segundo um site de Astrologia, na casa 7, casa do casamento. Vênus e Marte conjuntos em Escorpião na casa 1 era aspecto do mapa de Gandhi. Van Gogh tinha Vênus e Marte conjuntos em Peixes. Encontrei mais “sex-appeal” em mapas de pessoas nascidas com a quadratura Vênus-Marte, do que com a conjunção. Carla Bruni, símbolo de beleza e sensualidade, é nascida em Capricórnio, tem a Lua e Eros em Virgem. Possui Vênus em Escorpião conjunto a Netuno em quadratura com Marte em Aquário. Alguns nascidos com Marte-Vênus em quadratura: Audrey Hepburn, Kate Moss, Travolta, Antonio Banderas…

O melhor é sempre ver o mapa como um todo. No céu desse momento, temos Vênus e Marte conjuntos em Virgem, signo ocupado também por Júpiter e Nodo Norte. É a proposta do desenvolvimento de Mercúrio e Quíron. Mercúrio entrará em Escorpião e Quíron está em Peixes. Então, novamente, o equilíbrio entre forças tão terrenas e cerebrais (Virgem) e forças tão transcendentes e mágicas (Peixes e Escorpião). Talvez a orientação seja: faça o seu melhor, dê o máximo que puder dar, mas não se recrimine se não conseguir seus objetivos dessa vez. Saiba se perdoar, entregar e confiar que outros momentos e oportunidades melhores virão.