“TED TALKS” são fantásticos. Ideias e sotaques diferentes e uma forma inteligente de estudar inglês. E ainda é possível se inspirar para uma postagem. Se procurarem por Meg Jay, vão encontrar uma palestra legendada em português sobre a geração que está entre os 20 e 30 anos nos dias atuais. A mensagem da psicóloga clínica, com base no seu consultório é direta: “Não perca os seus 20 anos”.
Com a ideia de que vamos viver mais tempo e que a maturidade só vai se anunciar depois dos 30 anos, um enorme número de pessoas desperdiça o período entre 20 e 30 anos com um vazio tremendo, onde parece que nada nesse mundo material ou no mundo interno delas interessa muito.
E existe um consentimento da sociedade, já que a adolescência se estende até mais ou menos 30-33 anos, como se tivessem o direito de passar todo esse tempo , sentados no sofá, apenas observando ou não dando a mínima para o que acontece ao redor.
Quando essas pessoas falam, embora queiram transmitir a ideia de que existe uma leveza nesse jeito de ser, o que se registra é um sofrimento muito grande. Com a adolescência/puberdade começando cada vez mais cedo e podendo se estender além dos 30 anos, o vazio é realmente imenso, muitos anos no calendário. Afinal, adolescência é crise, transição, questionamentos, mudanças…
Mas acho que existe um equívoco em relação a esse período. Adolescência nunca foi símbolo de vazio. Mas de criatividade e expressão individual e em grupo. O que se pode considerar hoje, é que possivelmente as escolhas feitas em torno dessa idade poderão ser questionadas e mudadas mais à frente. Realmente. É possível, já que o século XXI permite uma flexibilidade e experimentações novas. Nada é rígido.
Em torno dos 30 anos poderemos ter outros anseios e desejos para o futuro. Dizem que a crise que homens e mulheres viviam na década de 50-60 em torno dos 30, é hoje vivenciada em torno dos 60. Mas eu duvido que seja exatamente a mesma crise. O homem mudou e nossa noção de crise e idade também.
O que importa, na verdade, é que com ou sem crise, façamos escolhas e estejamos em conexão com a experiência da vida, ao invés de parecermos tão desligados e pouco interessados, que a maior parte dos parentes se assusta.
Aos 20 anos, podemos não ter muita certeza do que realmente serve para nós. Mas, podemos ter outras pequenas e boas certezas: o que nos emociona, o que nos toca mais fundo e alguns dons e talentos que outras pessoas e nós mesmos reconhecemos.
É o suficiente para dar a esse período um fôlego novo. A vida está esperando que digamos a ela o que desejamos fazer dentro dos limites do que podemos fazer. E talvez até desafiá-la tentando ir um pouco além. Ela retribui, com desafios, obstáculo, golpes do acaso e da sorte. Ela fala conosco, desde que possamos abraça-la e dar a ela um significado maior.
Chame de destino, trajetória, história de vida, não importa. Se você tem entre 20 e 30 anos, não perca a vida. Esse poder criativo, surpresa, potência e vitalidade física são os presentes da vida para você. Não desperdice.