O Sol entrará no signo de Câncer no próximo dia 20, final da tarde. O primeiro signo do elemento água, abertura para o inconsciente e passado. Todos os signos podem produzir “tipos diferentes”, pois não somente o “jogo” entre Ascendente, regente do Ascendente, Lua e todos os outros planetas e aspectos formados, mas também, a posição do planeta regente do signo solar importam na leitura astrológica.
Assim, um ariano com Marte em Touro é bastante diferente de um ariano com Marte em Leão, considerando que para qualquer um de nós Marte é energia que usamos para afirmar nossa identidade. Um libriano com Vênus em Escorpião conjunto a Urano é bastante diferente de um libriano com Vênus em Virgem em trino com Saturno. Sem considerar as casas…
Não existe astro mais ágil do que a Lua, o que nos leva a pensar que o signo de Câncer talvez seja aquele que produza um número maior de “diferentes tipos” de personalidade, uma vez que a Lua muda de signo mais ou menos a cada 48 horas. Será? É verdade. Um canceriano nascido na Lua Nova (Sol e Lua em Câncer) poderá expressar a energia da água muito mais do que um canceriano nascido com a Lua em Leão (força e alegria) ou um canceriano com a Lua em Virgem (método e disciplina).
Todos os aspectos são importantes num mapa astral e todo posicionamento astrológico só pode ser entendido dentro de um contexto. Já atendi cancerianas com o Nodo Lunar Sul em Áries na casa 9 que eram arrojadas, destemidas e sabiam muito bem lidar com o próprio poder na carreira, mostrando uma autonomia que nenhum livro revela sobre o signo de Câncer.
Câncer é o signo da mulher, da mãe, das origens, da alma, do passado, do mundo de dentro, do umbigo, do dedão do pé. O primeiro signo de mistério, do escondido, do segredo e da transformação, já que a Lua não se mostra sempre do mesmo modo e ainda esconde a outra face.
É um signo bastante criticado por outros quando mostra o seu lado negativo que se traduz por medo, infantilidade, inconstância e dependência financeira e emocional. Mas é um signo que todo mundo quer por perto quando revela seu carinho e amor, quando demonstra seus cuidados e gentilezas tão sinceras. Proteção é o que Câncer busca e o que Câncer oferece. O problema é que nem sempre tem a medida certa e pode ser “over” no modo como cuida de quem está ao seu lado. Qualquer um que passe por perto já se encolhe debaixo de sua asa e a galinha não deixa que nada de ruim aconteça aos seus pintinhos.
Câncer é regido pela Lua e existem outros pontos que também podem ser associados a Câncer: os asteroides Ceres e Vesta. Ceres é Deméter, a mãe de Perséfone, nascida Core e futura rainha dos infernos, esposa de Hades. Ceres é símbolo da TERRA ARADA, a terra cultivada, diferentemente de Gea, que na Mitologia representa o planeta Terra. Vesta ou Héstia, nome romano e nome grego para a “deusa do lar e da chama sagrada”, ou deusa da lareira, muitas vezes representada pelo próprio fogo. Uma deusa antiga, irmã de Zeus, mantenedora da paz dentro de todos os lares.
Hoje, dia 8 de junho, Ceres está a 10 graus de Peixes recebendo oposição de Urania, outro asteroide que representa a deusa associada ao conhecimento da Astrologia e da Astronomia.
E Vesta ou Héstia, está a 2 graus de Câncer, um signo com o qual tem todas as afinidades do mundo e a maior parte das pessoas com quem converso tem adorado ficar em casa e trabalhar no escritório recém-improvisado.
Sei bem que signos não são casas, sendo as casas um espaço, cenário. Mas tanto planetas em Câncer como planetas na casa 4 buscam uma conexão “interior” e a expressão dos sentimentos mais profundos. Segundo muitos livros, a casa 4 é também uma casa de autoconhecimento e que pode nos remeter não somente ao conhecimento-reconhecimento de nossa alma ou essência, mas também à valorização do nosso corpo, entendendo o corpo como a primeira casa que habitamos.
O corpo; a casa; os vizinhos; o bairro; o país; todo o mundo.
Raízes. Em todos os sentidos. Raízes, passado, o olhar para trás.
Uma vez entrevistei uma família de mulheres nascidas no México. Os pais vieram muito cedo para o Brasil e aqui se estabeleceram. Elas gostavam um bocado de Astrologia e três irmãs eram nascidas em Câncer, além da mãe. Trabalhavam num negócio familiar de importação-exportação de alimentos. Uma delas comentou um dia, que uma das irmãs cancerianas deveria ter muitas outras influências, pois não quis “pertencer” ao negócio familiar, tendo retornado ao México para morar com tios e depois ganhar sua independência. “Pertencimento” é uma palavra canceriana, mas “retorno” também é. O movimento de volta ao lugar em que nasceu foi um movimento super canceriano. Tanto quanto se manter aqui para continuar trabalhando com a família.
Não tem sido fácil para Câncer lidar com as mudanças que Plutão-Júpiter-Saturno e Marte estão impondo. Muitas mudanças ao mesmo tempo deixam Câncer, que precisa de um sentimento de “pertencer” bastante inseguro. O trino de Netuno aguça a sensibilidade, enquanto que Plutão-Urano-Júpiter arrancam as raízes. Mas isso é tema para outro post.
Sobre o eixo Câncer-Capricórnio, feminino-masculino, receptivo-ativo, o ideal é dizer que nessa virada de Milênio o feminino precisa tornar-se mais objetivo, enquanto que o masculino precisa saber demonstrar amor e compaixão.
A identidade de Câncer se revela quando as portas se fecham e na intimidade do seu quarto você sabe quem você realmente é.