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Cometa Neowise

 

“Você não precisa ser religioso ou uma boa pessoa para olhar para o céu e sentir que, dentro de você existe algo que fica maravilhado ao olhar para as estrelas.” Maya Angelou

A descrição de cometas no site da NASA não é romântica ou inspiradora. São bolas de gelo vagando pelo espaço e podem ser consideradas como “lixo”, explicando melhor, o material  que sobrou da formação de outros planetas. Provavelmente orbitam em torno do nosso Sol, no cinturão de Kuiper e na nuvem de Oort.

Pensei que fosse começar a postagem com alguma notícia espetacular sobre as luzes que esporadicamente cruzam os nossos céus. Mas tive que reconhecer que são sobras da formação de planetas. Transitam pelos céus e frequentemente acabam sendo absorvidos pelo sol. Aristóteles chamou os cometas de “estrelas de cabeleira”, sendo que a bela cauda do astro é consequência da radiação solar sobre o gelo, poeira e pequenas partículas de rocha, quando ele se aproxima demais do sol.

Os chineses da Antiguidade fizeram os primeiros registros. E nunca existiu um período em que a passagem de um cometa com sua cauda luminosa não chamasse a atenção e deixasse a humanidade surpresa e  apreensiva. Em 2017, a passagem do OUMUAMUA (“visitante de longe”), foi comemorada por todos os cientistas da NASA. Com um formato diferente, ele veio de outro sistema solar e por isso foi alvo de grande investigação.

O interesse que os cientistas têm nos cometas carece de qualquer deslumbramento. Querem entender através deles como se formou o universo. O que eles se perguntam é: o que podemos aprender sobre a própria Terra ou sobre o nosso sistema solar através desses astros que despertam no “homem comum” muita apreensão, medo, ou um sentimento de reverência.

Na Wikipédia, a descrição não é diferente ou mais calorosa.: “Um cometa é um corpo pequeno e gelado do Sistema Solar, que ao passar perto do Sol, aquece e começa a liberar gases, um processo chamado eliminação de gases. Isso produz uma atmosfera visível ou coma e, às vezes, também uma cauda. Esses fenômenos são devidos aos efeitos da radiação solar e do vento solar que atua sobre o núcleo do cometa.”

Mesmo assim,  continuamos entusiasmados, reconhecendo nesses imprevisíveis visitantes, alguma mensagem dos céus. E se os homens da Antiguidade ou Idade Média os associavam a catástrofes e maus presságios, o homem atual tenta acompanha-lo no céu, encantado com o privilégio de assistir o espetáculo e ainda, intuitivamente, conectar-se com essa luz e energia. Cometas ou estrelas cadentes aparecem em muitos quadros antigos e  a ideia é de que essa bela e misteriosa criatura possa realizar nossos desejos.

É difícil que os jovens de hoje possam vislumbrar as luzes do céu. Em grandes centros urbanos, as luzes na noite não permitem ver as estrelas. Apenas as lunações e eclipses nos fazem olhar para cima e desfrutar do fenômeno sempre com um misto de curiosidade e misticismo. Ainda bem que agimos dessa forma, já que é através desse céu que buscamos uma conexão para o entendimento de nossas vidas na Terra.

Com uma órbita errática, os cometas poderiam ser associados ao signo de Aquário, susto, luz e surpresas. Seres imprevisíveis. O Neowise, avistado em março de 2020 pela NASA, nos joga a sua luz logo em seguida a uma série de eclipses. Em meio a pandemia e a tanto sofrimento, encontramos motivo para olhar para cima e indagar o que será que ele quer nos dizer ou revelar?  Acreditei que o nome NEOWISE significasse o “novo sábio”, a “nova sabedoria” ou a “sensatez renovada”, mas me frustrei ao descobrir que é uma sigla bem científica: “Wide-field Infrared Survey Explorer”. Paciência…

Astronomia e Astrologia já foram  uma única ciência. Na verdade, não existe uma influência de cometas sobre o mapa astral de cada um de nós. Diferentemente dos asteroides que são “pedaços de pedras” e que podem ser interpretados astrologicamente, os cometas, pelo menos por enquanto, são apenas visitantes luminosos. Eles nos lembram de modo inusitado que outros mundos e poderes existem muito além de nossa pequena razão. Talvez alguns  cientistas e matemáticos consigam sentir o coração bater mais forte ao visualizar a cauda dourada que como um pequeno tapete se estende pelo escuro do céu. Voltam a fazer suas contas e equações, mas quem sabe algum deles escreve um poema.

Quanto a nós, leigos, homens e mulheres comuns, eu sugiro que ao vislumbrar aquele risco mágico no céu, continuemos seguindo a tradição: coloque a mão no coração e se concentre, fazendo um pedido de amor e paz à estrela. O universo vai ouvir e atender.

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