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Nodos Lunares – Rahu e Ketu

Karma, Destino, Nodos Lunares, despertar da consciência. Looooooongo! – Em julho de 2016 escrevi um texto sobre “padrões de destino”. Porque não é raro que eu use a expressão “padrão de destino de Capricórnio” ou “típico padrão de destino de Áries”.
Aqui, não estou apenas ou exatamente me referindo ao que os Nodos Lunares (pontos principais de karma) mostram no mapa astral, mas a “roteiros de vida” que parecem se repetir até que em algum “click” aquela pessoa consiga alcançar um nível de consciência superior e “pular fora” desse roteiro escrito por alguma mão mágica que ela parece desconhecer.
Recomendo a Astrologia Kármica sempre que existe a impressão de que não se tem controle sobre a vida. Ouvi algumas vezes pessoas geniais se referindo à sua história de vida como “uma vida estranha”, pois não sabia explicar muito bem como havia chegado até ali.
Um padrão comum de destino de Capricórnio é a perda precoce do pai ou da mãe, ou um lar em que o capricorniano primogênito se vê obrigado a ser pai e mãe dos irmãos mais jovens. Normalmente aqueles que receberam responsabilidades sobre suas costas muito cedo – ou cedo demais, têm essa estrutura saturniana de destino. E que vai marcar escolhas futuras, já que já ouvi também pessoas dizendo que não precisavam ter filhos, já que tinha sido pai e mãe dos próprios irmãos.
Um padrão de destino canceriano é engravidar muito cedo (não é uma regra), tendo que abrir mão do crescimento profissional (Capricórnio) e deixa-lo para mais tarde. Apesar de todas as informações, a gravidez precoce ainda é um fenômeno, sobretudo nas classes sociais mais baixas. Um padrão libriano de destino é ver sua vida ser transformada através de um casamento, se o marido é logo transferido para outra cidade ou país.
Não vão faltar exemplos sobre “padrões de destino” e não necessariamente estamos falando dos Nodos Lunares ou dos planetas retrógrados. É possível se utilizar o Sol, planetas no Meio-do-Céu, Ascendente ou regente do Ascendente ou Saturno. Já vi a posição da Lua no Ascendente em Câncer num mapa em que três irmãs e a figura materna viviam conflitos constantes, aparentemente insuperáveis.
Os Nodos Lunares estão diretamente ligados a vidas anteriores. Nodo Lunar Sul é a bagagem das vidas passadas. E por isso, a maior parte das pessoas se reconhece quando o astrólogo descreve atitudes, tendências e reações das vidas anteriores. Nodo Lunar Norte é a direção dessa vida de agora e a sabedoria está em viver esse eixo, por casas, signos, elementos e regentes da melhor maneira.
É inevitável querer pesquisar sobre esses estranhos nomes: Cabeça e Cauda do Dragão. Na Astrologia Védica usam também os nomes: Ketu e Rahu, sendo pontos de intersecção da órbita da Lua ao redor da Terra com a órbita da Terra ao redor do Sol.
A origem dos nomes “Cabeça e Cauda do Dragão” é contada nas lendas hindus. Deuses (do bem) e demônios (do mal) depois de uma longa guerra conseguiram cooperar mutuamente para agitar o “Oceano de Leite”, o que criou a Amrita, néctar da vida eterna, imortalidade essa concedida apenas aos deuses.
Um dos demônios, entretanto, disfarçado de deus, sentou-se entre o Sol e a Lua (deuses) e conseguiu provar um pouco do néctar, embora Vishnu, avisado da farsa, tenha decapitado sua cabeça. Rahu é a cabeça do demônio serpente. Ketu é a cauda sem cabeça.
Segundo a lenda, Rahu e Ketu ficam perseguindo o Sol e a Lua já que foram eles que avisaram a Vishnu que um demônio disfarçado estava entre eles. Os Nodos Lunares são pontos que unem Sol-Terra-Lua. Nas interpretações da Astrologia Védica, é possível encontrar traduções bem diferentes.
Muitas vezes Rahu é traduzido negativamente, no sentido de que ele aponta uma direção ainda desconhecida, pois o Nodo Lunar Norte não é um terreno onde já se tenha pisado em vidas anteriores. Rahu precisa ser vivenciado nessa encarnação. Ketu é muito “certo” a respeito de tudo o que faz e pensa, já que representa a bagagem – ou síntese das vidas anteriores. São sempre opostos, pois Vishnu teria colocado Rahu e Ketu distantes um do outro e criando um eixo importante para o aprendizado kármico de cada um de nós através do mapa astral.
A melhor tradução é que o Nodo Lunar Norte é o novo caminho, apontando as tendências, experiências e transformações que precisamos viver porque elas foram colocadas de lado em vidas anteriores. Não existiu espaço, não existiu interesse. Não existe a ideia de erro ou castigo. O que se pretende é encontrar uma linha que harmonize os dois pontos, de modo que possamos usar o que trazemos de positivo das vidas anteriores, sem nos fixarmos ali. Mas nos fortalecendo e seguindo numa nova direção. É o NOVO que traz nosso crescimento, ou seja, tudo aquilo que pode parecer assustador ou no mínimo, desafiador.
Algumas poucas pessoas já se sentem muito atraídas na direção da Cabeça do Dragão e se o Nodo Lunar Norte está em Sagitário na casa 9, podem bem cedo se decidir pelo Direito e pela vida acadêmica. Ou se o Nodo Lunar Norte está em Gêmeos na casa 10, aos 19 anos já publicou seu primeiro livro de contos. Aliás, os Nodos têm ciclos de 9 e 18-19 anos. Os planetas do mapa astral mostrarão o motivo deste “despertar precoce”, pois não é raro que muitos cheguem aos 30 anos sem compreender direito a trajetória ou trama de seu destino.
O que é quase uma regra é o despertar gradativo e comumente entre 32 e 28 anos. Já é possível avaliar o passado e perceber que alguns erros se repetem e que a sensação é de estar derrapando. Vivenciar o Nodo Lunar Sul é fácil e gera uma sensação de segurança. Pois é algo que já foi conhecido em vidas anteriores. Mas a intenção de um destino é seguir em frente e por isso é preciso despertar e entender o que o Nodo Lunar Norte está pedindo.
A análise do mapa astral kármico vai avaliar não somente a posição dos Nodos por casas, signos, elementos, regentes e aspectos, como também avaliar todo o contexto e como a pessoa reage ao que os Nodos estão pedindo. Mas não existem regras para a interpretação.
Vênus em conjunção com o Nodo Lunar Sul pode ser traduzida como uma personalidade amorosa e dedicada nas vidas anteriores que sempre colocou os relacionamentos em primeiro plano. E pode também indicar dons artísticos e habilidade com as finanças.
Dependendo do contexto do mapa, Vênus em conjunção com o Nodo Lunar Sul pode representar uma autoestima exagerada, como se, por exemplo, o Nodo Lunar Sul estiver em Áries na casa 5 conjunto a Vênus em Áries e com outros posicionamentos indicando narcisismo.
Existem muitas formas de se interpretar uma posição planetária-astrológica. Não existe nenhum outro caminho que não seja a prática. Porque muitas teorias vão cair pelo caminho, pois não vão se confirmar no atendimento astrológico.
O fato de alguém desempenhar de modo positivo o que o Nodo Lunar pede, não significa que não existam outras áreas da vida que mereçam atenção. O Sol também está associado a destino, vida, trajetória, luz, futuro. Saturno também fala de aperfeiçoamento em uma área da vida que também gera medo ou frustração, embora Saturno não possa ser entendido como a mesma natureza do Nodo Lunar Norte. É possível confundir as duas posições, pois são duas áreas da vida na qual precisamos trabalhar muito. Mas não existe um ponto em oposição ao Saturno de nascimento que possa ser considerada “bagagem de vidas anteriores”. E nem sempre Saturno é negativo. Na verdade, tudo vai depender da maturidade espiritual que temos e não do número de trinos, quadraturas ou excesso de um determinado elemento.
Existem muitas maneiras de se falar de destino e karma. A Astrologia Mitológica trabalha com a ideia da trajetória de um herói, desafiado pelo signo solar. Se o Nodo Lunar Norte está na casa 4 em Capricórnio, pode ser que tenha existido perda do pai bem cedo na vida porque ele já era idoso. Se estiver em Peixes, o pai pode ser doente ou beber. Ou nada disso. A infância pode ter sido vivida de modo solitário (Capricórnio e Peixes), mas a criança pode desenvolver autonomia (Capricórnio) ou talentos musicais (Peixes), ou ainda, recebeu de uma avó, uma iniciação espiritual (Peixes).
A questão mais delicada para uma análise astrológica não tem nada a ver com as técnicas, mas com a abertura para poder compreender como é que aquele espírito viveu aquela proposta de desenvolvimento e se ainda está preso ao Nodo Lunar Sul ou já resolveu a questão do EIXO encontrando o ponto de harmonia. Já resolveu também Saturno? Já compreendeu a direção do Sol e do Meio-do-Céu?
Sobre tipos de karma, no texto publicado em 2016, com base em escritos de George Boyd, é possível entender vários tipos de karma:
Muitas pessoas sentem de maneira muito forte uma “vocação” ou “chamado de Deus” e podem seguir esse caminho pela carreira escolhida, por exemplo, tendo sido obcecadas pela Medicina desde muito cedo. Uma vez atendi uma senhora que havia sido pioneira como a primeira cirurgiã cárdio-pediátrica no Brasil. Quando criança, ela cortava as bonecas, coloria de vermelho e cobria com esparadrapo deixando os pais horrorizados.
Mas é possível – e desejável – criar karma. Karmas criativos e positivos. Com objetivos em que se use a vontade própria e através do qual se possa ajudar a muitas pessoa, de modo direto ou indireto, já que estar disposto a usar da vontade para realizar algo de bom, seja para si mesmo e/ou para os outros, já é inspirador.
O karma de serviço seria resolver se dedicar a um papel na evolução da Humanidade. Sem nenhuma vaidade pessoal, mas por querer participar e dar à Vida o que ela necessita. Alguém pode decidir seguir numa determinada direção, como Medicina (ou qualquer outra opção na área da saúde), ou o Direito e uma vez por semana atender completamente de graça.
Karma de evolução espiritual individual, quando alguém decide se dedicar à uma evolução profunda que pode isolá-lo (a) de outras pessoas, já que o foco será o autoconhecimento, meditações e práticas de mentalização/orações.
Em outro site encontrei que em TODA LUA NOVA existe a oportunidade de se liberar de karmas anteriores, pois, como símbolo de renovação e abertura de ciclo novo, a Lua Nova permite compreensão do passado e liberação do mesmo, com novas metas e posturas para o futuro.
Nas religiões orientais, o “despertar da consciência” substituindo a ignorância que nos induziu ao erro, é o que se pode chamar de nirvana. A ideia é chegar um dia ao desligamento do samsara, que é a roda das diversas encarnações para nova experiências e lições de vida. Samsara é esse ciclo que se repete até que o indivíduo tenha chegado a uma determinada visão sobre sua própria história que consiga se liberar. Não existe “graça” que venha de fora, mas um processo árduo de aprendizado a cada encarnação. A palavra nirvana vem de nibbana que se traduz por “apagar, extinguir”, entrando o espirito em um estado de total tranquilidade e paz. São expressões do Budismo e não da Astrologia Védica (Hindu).
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