FELICIDADE, segundo o filósofo Teilhard de Chardin: no Livro “Sobre a felicidade”, o teólogo e filósofo Pierre Teilhard de Chardin escreveu o seguinte: “Que é a felicidade? Sobre esse assunto, livros, pesquisas, experiências individuais e coletivas se sucedem, pateticamente, há séculos, sem chegar a uma unanimidade. E, no final das contas, para muitos de nós, a conclusão prática para todos esses debates é que é inútil continuar procurando.
Ou o problema é insolúvel – não há felicidade verdadeira neste mundo -, ou então comporta uma infinidade de soluções particulares, é indeterminado.
Na origem do problema: três atitudes diferentes perante a vida:
os cansados, os bon-vivants, os ardorosos.
De início, os cansados (ou pessimistas). Para esta primeira categoria de homens, a existência é um erro ou um fracasso. Começamos mal. Em consequência, trata-se de, o mais habilmente possível, abandonar o jogo. Levada ao extremo e sistematizada como doutrina erudita, tal atitude conduz à sabedoria hindu, para a qual o Universo é uma ilusão e uma cadeia, ou a um pessimismo schopenhaueriano. Isso significa dizer que, pelo menos implicitamente, mais vale ser menos do que ser mais e que melhor mesmo seria não ter sido.
Em seguida, os bon-vivants (ou os que desfrutam a vida). Para homens deste segundo tipo, certamente é melhor ser do que não ser…. Ser, viver, para os discípulos dessa escola, não é agir, mas sim satisfazer-se com o instante presente. Desfrutar de cada momento e de cada coisa de maneira egoística, sem deixar passar nada e, sobretudo, sem se preocupar com mudar de plano: nisso consiste a sabedoria. É assim que imaginamos, de uma forma simplista, o antigo hedonismo pagão da escola de Epicuro.
Por fim, os ardorosos. Estes, para os quais viver é uma ascensão e uma descoberta. Para os homens que formam esta terceira categoria, não somente é melhor ser do que não ser, mas ainda é sempre possível – e aí se encontra o interesse – tornar-se cada vez melhor. Pessimismo e volta ao Passado; satisfação do momento presente; arrebatamento em direção ao Futuro.
Três atitudes fundamentais perante a vida:
De início, a felicidade da tranquilidade. O homem feliz é aquele que pensa, sente e deseja menos.
Em seguida, a felicidade do prazer. O homem feliz é aquele que é capaz de saborear o mais completamente possível o instante que tem em suas mãos.
Por fim, a felicidade do crescimento. De acordo com este ponto de vista, a felicidade não existe nem vale a pena por si mesma, como um objeto que pudéssemos procurar e possuir em si; mas seria somente o sinal, o efeito, uma espécie de recompensa pela ação devidamente orientada.
Nenhuma mudança traz felicidade, a menos que ela aconteça na direção ascendente. O homem feliz, portanto, é aquele que, sem buscar diretamente a felicidade, encontra inevitavelmente a alegria como acréscimo, no ato de alcançar a plenitude e no último recôndito de si mesmo, adiante de si.